Debate Sobre Movimento Rastafári em Maceió

 

Um momento histórico aconteceu em nossa cidade quando da vinda do Sacerdote Boboshanti do Congresso Negro Internacional Etíope Africano (E.A.B.I.C), Kes Ricardo Red Lion que realizava peregrinação por alguns Estados do Nordeste junto com o palmarino Profeta Thiago Correia ‘Quilombola de Zion’.

Histórico porque pela primeira vez em Maceió e especificamente na Universidade (em parceria com o NEAB/UFAL), temos uma discussão sobre o Movimento Rastafári realizado por um integrante do movimento. Tema bastante conhecido graças ao reggae, ele ainda é muito mal compreendido, visto que poucos são os que buscam se aprofundar no tema, ocorrendo que uma parcela considerável de pessoas se apropria dos símbolos Rastafáris que acabam sendo banalizados e, dessa forma, prejudicando de maneira vital o entendimento do que vem a ser o Movimento.

As palavras do sacerdote desmistificaram inúmeras questões sobre o Movimento Rastafári (que acabam em muitos casos sendo explicadas pela via do ‘senso comum’) ao apresentar os princípios e objetivos da organização a qual faz parte, neste caso, o Congresso Negro Internacional Etíope Africano.

Dessa forma, realizando atividades desse porte, visamos oportunizar conhecimento ao nosso povo, algo de extrema importância pois, como já disse Marcus Garvey, “…Um povo que não conhece sua História é como uma árvore sem raiz…”.

Com a realização dessa atividade, pretendemos dar início a uma série de outros debates sobre o movimento Rastafári, bastante estudado em outros países, porém ainda em fase incipiente no Brasil, e em Alagoas em particular.

Cotas Raciais na Pós-Graduação da UFAL

 

O debate que aborda o acesso de negros e negras aos programas de pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), traz consigo, em sua essência, a necessidade urgente da formação de quadros de professores universitários negros que venham a ocupar as cátedras docentes não apenas da referida Universidade mas também o de suas congeneres no estado de Alagoas. Se quisermos ir mais além, o que está em jogo é o crescimento das instituições acadêmicas enquanto tais, na medida em que a presença do negro e do indígena (agora como docentes) propiciará uma maior diversidade na produção acadêmica, assim como também na abordagem da mesma, entendendo essa última como práticas diferenciadas no fazer acadêmico, advindas de experiencias de vida igualmente diversa. Perceba que nosso debate não foge do que se tem chamado de acadêmico. Muito pelo contrário, pretende enriquecê-lo, na medida em que propõe  o incremento de estudos de problemas sociais a serem discutidos por meio de “novos” agentes questionadores. Universidades no mundo inteiro adotam e estimulam um perfil multiétnico em seu quadro discente e docente de forma deliberada, pois compreendem que, em não fazendo isso, estariam contribuindo para o empobrecimento de suas instituições. Os espaços acadêmicos não devem ser mais tratados como patrimônio de “a” ou “b”, e sim espaço por excelência de problematização e discussão de questões que estão presentes em nossa sociedade.
É nesse sentido que o Instituto do Negro de Alagoas iniciou o debate de tal questão no interior da UFAL, visando a promoção do negro nos espaços acadêmicos, o que por sua vez, leva ao crescimento da acadêmica enquanto instituição.