No dia 17 de novembro de 2017, a Comissão de Cotas na Pós-Graduação da UFAL se reuniu com um conjunto de coordenadores de alguns dos programas de pos graduação daquela instituição. Durante o encontro foram discutidos diversos aspectos que constituem a proposta, destacando-se duas questões em particular: a nota de corte e o debate concernente às bolsas de estudo.
Desde o principio das discussões, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, na pessoa do Prof. Dr. Helson Sobrinho, deixou claro aos coordenadores dos cursos que a proposta de nota de corte inferior a ser atribuída aos candidatos cotistas, constituía fator imprescindível à natureza da proposta da Comissão, uma vez que o cerne do debate está centrado no reconhecimento de trajetórias socio-educacionais diferenciadas entre os segmentos que compõem a população brasileira. Tal perspectiva foi reforçada pelo Prof. Dr. Frederico Costa, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP), o qual problematizou a noção de mérito presente no meio acadêmico e no conjunto das relações sociais brasileiras como um todo, o que também foi defendido pela Prof.ª Drª. Cláudia Mura, representante do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Dessa forma, a maioria dos coordenadores presentes ratificaram a proposição de que a nota de corte entre os cotista fosse na ordem de vinte por cento menor à nota de corte dos não-cotistas.
Durante a discussão foi levantada a proposta de que a Universidade deveria respeitar a possibilidade dos programas constituírem seus próprios modelos de inclusão, no entanto, foi reiterado que a UFAL precisaria ter uma proposta institucional que abarque todos os Programas, não impedindo que os mesmos criem formas adicionais à institucional, o que foi defendido pelo INEG/AL.
No que diz respeito às bolsas de estudo, num primeiro momento, alguns coordenadores argumentaram sobre a necessidade da proposta ser condizente com o que definem as agências de fomento à pesquisa, tais como a CAPES, o CNPq e a FAPEAL. No entanto, o Prof. Dr. Marcos Mesquita, docente do Instituto de Psicologia, salientou que, apesar disso, os Programas possuem autonomia para criar critérios de distribuição das bolsas já concedidas por tais agências.
Ainda durante a discussão, alguns coordenadores de programas de mestrado profissional salientaram a necessidade de diálogo com as redes nacionais que os coordenam, no sentido de que as mesmas possam se adequar ao proposto pela Comissão, o que foi reiterado pela coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/UFAL), Prof.ª Drª. Lígia Ferreira.
Agora, o próximo passo é a apresentação da proposta à Câmara Acadêmica e, posteriormente, uma vez sendo aprovada, ao Conselho Universitário.