Projeto “O Racismo Visto de Cima”

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Dando início às ações do Projeto “O Racismo Visto de Cima: construindo práticas antirracistas no campo institucional”, no dia 13 de fevereiro, o Instituto do Negro de Alagoas se reuniu com o Gabinete Civil através da Gerência de Articulação Social, no intuito de darmos encaminhamento às medidas necessárias ao pleno desenvolvimento do Projeto. A Gerência de Articulação Social, representada pela senhora Edenilsa Lima, se comprometeu em garantir as condições mínimas ao andamento da proposta, por meio da articulação dos responsáveis pelas Secretarias de Estado elencadas no Projeto, bem como também viabilizar o diálogo com a Escola de Governo do Estado, local onde ocorrerá o curso de formação. Na reunião, discutimos a importância do Projeto para o nosso estado e os mecanismos pensados para a sua execução. O Gabinete Civil se comprometeu ainda em nos acompanhar com a articulação junto aos RHs das Secretarias estaduais. Na reunião, foi marcado um encontro para o dia 14 de fevereiro com a Escola de Governo do Estado. Neste encontro, apresentamos a proposta do curso de formação aos responsáveis pela Escola, onde falamos da necessidade da mesma inserir em seus processos formativos, os assuntos relativos a população negra. Na ocasião, acordamos que o curso se dará nas dependências da Escola, a qual ainda se comprometeu a fazer todo o trabalho de divulgação acomodação dos servidores públicos estaduais. Na ocasião, nos foram apresentadas as dependências da Escola, incluindo sua Biblioteca, momento no qual aproveitamos para fazer a doação de alguns exemplares de nossa publicação, “Cabeça Preta: pesquisas sobre a questão racial em Alagoas”. Por fim, ficou acordado ainda que o curso de formação em relações étnico raciais terá início no mês de Abril.

Com esse Projeto, o Instituto do Negro de Alagoas dá início ao debate necessário sobre a formação dos servidores públicos estaduais de Alagoas em torno das questões relacionadas à população negra, objetivando a definitiva inserção dos conteúdos que versam sobre esta população, nos processos formativos da Escola de Governo do Estado, não apenas durante o Projeto mas enquanto se fizer necessário.

O Projeto conta com o apoio técnico/financeiro do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento – PNUD.

Quilombo Educar: promovendo a população negra no espaço escolar.

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O Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL) lançou um chamado em suas plataformas para a construção de uma agenda antirracista nas escolas do Estado. O projeto Quilombo Educar pretende se inserir no cotidiano destas instituições de ensino pensando em apresentar discussões e formas de combater o racismo estrutural.

O ambiente escolar é um espaço de importante disputa. O processo educacional cumpre um papel fundamental na formação de agentes sociais e estabelece, mesmo que implicitamente, diversas regras de convívio e, muitas das vezes, reforça e produz o racismo. Por esse motivo, investir em processos de formação que pensem as estruturas racistas se coloca como uma tarefa necessária e cada vez mais urgente.

Nesse sentido, o projeto Quilombo Educar apresenta uma proposta de imersão no ambiente escolar a partir de uma abordagem multidisciplinar, agregando colaboradores das mais diversas áreas com o objetivo de estabelecer diálogos institucionais e tensionar as estruturas educacionais produtoras de racismo. Pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, professores e demais ativistas negros se somam à proposta e já planejam coletivamente as melhores estratégias de imersão para discussão do racismo.

O projeto traz como objetivo principal a análise e contribuição na construção do projeto político pedagógico das escolas contempladas. Além deste, a proposta traz a preocupação em incidir positivamente na formação do corpo docente, técnico e discente das escolas, contribuindo com a aplicação da lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino, oferecendo cursos antirracistas, oficinas, palestras e estratégias possíveis de inserção da discussão étnico-racial não só nas disciplinas de humanas, mas também nas áreas das exatas e biológicas.

Apresentar o percurso das lutas do movimento negro pela conquista das políticas de cotas raciais é outro objetivo da imersão do Quilombo Educar nas escolas. É fundamental destacar para os estudantes negros e negras a importância dessa conquista para a garantia da entrada da população negra nos espaços de educação superior, além de despertar a necessidade da defesa contínua desta política pública e da formulação de outras que venham contribuir para a diminuição das desigualdades raciais.

Além de abordar as questões educacionais e de formação, o projeto traz a abordagem psicológica como essencial para a construção de um diagnóstico sobre os efeitos do racismo no ambiente escolar. Essa dimensão traz a possibilidade de discussão sobre a saúde mental da juventude negra, trazendo a atenção para os cuidados importantes no processo educacional desse público específico.

Por fim, o projeto Quilombo Educar parte de uma construção coletiva e do entendimento do papel do ambiente escolar na produção estrutural do racismo e do seu potencial na contribuição para o combate da desigualdade racial e para a formação de uma sociedade modificada.