Na última quarta-feira (09), o Governador Renan Filho assinou um termo de doação de armas para a Guarda Municipal de Maceió. Cento e cinquenta e um revólveres foram doados para intensificar a repressão contra trabalhadores e trabalhadoras.
O que o governo e a prefeitura chamam de reestruturação das Guardas Municipais nós entendemos como um processo contínuo de militarização com alvos muito bem definidos: corpos negros, em especial os trabalhadores informais que ocupam o centro de Maceió.
Os poderes públicos estadual e municipal (Maceió) ignoram as estatísticas apresentadas pelo último Mapa da Violência 2020, o qual situa o estado de Alagoas na condição de lugar mais violento para a população negra, na medida em que para cada pessoa branca morta, dezessete pessoas negras são assassinadas. Isso demonstra o total comprometimento dos poderes públicos com o agravamento de tal quadro, o que é inadmissível!
Nós do Instituto do Negro de Alagoas, entendemos que o aprofundamento do extermínio e a implementação do encarceramento tem sido um projeto político do governo do Estado em conjunto com a Prefeitura de Maceió. É necessário reconstruir uma nova concepção de segurança pública. No estado mais perigoso para ser negro no Brasil é dever dos governantes garantir condições mínimas de existência para maior parte da população.
Defendemos uma guarda municipal humanizada, que tenha como foco a prevenção e o diálogo, não o reforço armamentista. Não podemos aceitar que no contexto pandêmico, e em qualquer outro, o Estado prossiga sua perseguição aos trabalhadores autônomos negros e negras!