
As bancas de heteroidentificação tem sido uma realidade cada vez mais presente e necessária nos processos seletivos que adotam a política de cotas raciais. Em meio às constantes fraudes na autodeclaração de candidatos nos mais variados processos seletivos, a política tem obtido considerável sucesso na correta destinação das vagas para pessoas negras. Foi visando exatamente isso – a correta destinação das vagas – que o INEG/AL constatou que o Instituto Federal de Alagoas, o IFAL, não tem aplicado a política em seus processos seletivos de candidatos às vagas de estudantes nos cursos técnicos, superior, etc. Ao responder interpelação do Ministério Público Federal demandada por nós sobre a questão, o referido Instituto alegou que está realizando estudos para a execução da política. Em Alagoas, já temos a experiência desenvolvida pela Universidade Federal de Alagoas, a qual pode servir como modelo possível pra implementação da política. A política vem sendo aplicada a mais de cinco anos pelas instituições federais de ensino. Não há razões para o IFAL não proceder da mesma maneira. Agora, o IFAL precisa implementar de imediato as bancas de heteroidentificação, pois o atraso na execução da política pode resultar na má aplicação das cotas raciais, a qual se traduziria pela indevida destinação da reserva de vaga a quem não é de direito.