
Na última segunda-feira, dia 22 de novembro, após reivindicação das organizações do movimento negro de Alagoas, o Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa, projeto de lei que estabelece a reserva de vagas para pessoas negras nos concursos da administração pública estadual. Tal projeto estipula que 30% (trinta por cento) das vagas em editais dos referidos concursos sejam destinadas à população negra (preta e parda). A presença da população negra em Alagoas supera em mais de 15% a média nacional, beirando a casa dos 70%. Caso aprovada na Assembleia Legislativa, a ação se constituirá na primeira política focada na população negra por parte da administração estadual, a qual amarga um atraso de vinte anos no desenvolvimento de ações dessa natureza, se comparado a outros estados da Federação. Não cabe mais ao Estado apenas reconhecer as desigualdades raciais presentes em nosso tecido social. É necessário que esse Estado proponha e execute políticas de promoção socioeconômica de sua população negra, única forma de mitigar a condição de vulnerabilidade social na qual se encontra. Nos dirigimos agora ao parlamento estadual, requerendo deste o devido pagamento dessa dívida histórica que a sociedade alagoana possui com aquela população. Quando falamos em dívida histórica nos referimos ao acúmulo de prejuízos que o povo negro vem carregando até os dias atuais, onde sua exclusão é produzida e reproduzida diariamente. Convocamos aqui toda sociedade alagoana a fortalecer essa demanda rumo à extinção do hiato que separa negros e brancos em nossa sociedade.