O debate que aborda o acesso de negros e negras aos programas de pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), traz consigo, em sua essência, a necessidade urgente da formação de quadros de professores universitários negros que venham a ocupar as cátedras docentes não apenas da referida Universidade mas também o de suas congeneres no estado de Alagoas. Se quisermos ir mais além, o que está em jogo é o crescimento das instituições acadêmicas enquanto tais, na medida em que a presença do negro e do indígena (agora como docentes) propiciará uma maior diversidade na produção acadêmica, assim como também na abordagem da mesma, entendendo essa última como práticas diferenciadas no fazer acadêmico, advindas de experiencias de vida igualmente diversa. Perceba que nosso debate não foge do que se tem chamado de acadêmico. Muito pelo contrário, pretende enriquecê-lo, na medida em que propõe o incremento de estudos de problemas sociais a serem discutidos por meio de “novos” agentes questionadores. Universidades no mundo inteiro adotam e estimulam um perfil multiétnico em seu quadro discente e docente de forma deliberada, pois compreendem que, em não fazendo isso, estariam contribuindo para o empobrecimento de suas instituições. Os espaços acadêmicos não devem ser mais tratados como patrimônio de “a” ou “b”, e sim espaço por excelência de problematização e discussão de questões que estão presentes em nossa sociedade.
É nesse sentido que o Instituto do Negro de Alagoas iniciou o debate de tal questão no interior da UFAL, visando a promoção do negro nos espaços acadêmicos, o que por sua vez, leva ao crescimento da acadêmica enquanto instituição.